Não fosse todo o cenário de
desordem e bagunça em que se transformou a politica brasileira, ainda assim já
teríamos com certeza em 2018, uma campanha eleitoral do mais baixo nível, a
exemplo do que aconteceu em 2014 quando Dilma Rousseff foi reeleita. Discursos
requentados, outros sem nenhuma lógica viável na pratica, sem que para isso não
afunde o país num caos ainda maior caso saiam dos devaneios para o mundo real.
Assim se fazem os oportunistas!
Munidos de um discurso de vitrine, onde se critica e generaliza tudo que está
exposto e atormenta a população hoje em dia. Fazem-se popular muito mais pelas
bravatas do que pelo exemplo prático dentro de sua própria biografia. Sustentam-se
da revolta e indignação de um eleitor preguiçoso, incapaz de pensar no dia
seguinte, incapaz de fazer questionamentos e obter respostas óbvias! De um
eleitor que não sabe, mas sua atitude pode leva-lo a uma armadilha muito pior e
colocar o país num impasse de ingovernabilidade e conflitos institucionais
muito mais graves que os atuais.
Não há problema em aproveitar as
oportunidades. O problema é quando candidatos com discursos quase no nível
“pastelão” começam a ser levados a sério! Essa figura pitoresca, chamada de
Jair Bolsonaro, tem sempre um discurso de “cão raivoso”, e tenta colocar sua
disciplina militar como solução para tudo! Tido como provável candidato à
Presidência em 2018, hoje lidera algumas pesquisas enquanto não se define um
quadro de concorrentes ao pleito.
Tratando hipoteticamente no campo
das possibilidades e erros que as urnas democraticamente podem cometer, quem conhece
o discurso de Bolsonaro, sabe que para coloca-lo em pratica, tudo e todos teriam
que se curvar em obediência automática ao Capitão! O Congresso teria que estar
alinhado ao seu discurso de militarização de tudo! Da mesma forma, todo o
Judiciário deveria fazer vista grossa às suas arbitrariedades. Em nome de uma
ordem idealizada por ele, dentro daquilo que ele entende ser o ideal, todos os
exageros poderiam ser cometidos e justificados. Assim surgem os governos
autoritários! Déspotas!
Uma coisa é falar! Outra, é
colocar em prática, sem que para isso tenha que infringir leis e ignorar
direitos, quando a falta de argumentos levar ao uso da força ou abuso de
autoridade. Quer queiram ou não, esse país vive uma democracia! Tem poderes
independentes e instituições legalmente instituídas. O Brasil precisa de
governantes que sejam capazes de circular pacificamente e de forma no mínimo
respeitosa entre esses Poderes.
Ainda no campo das hipóteses, um
governo de Jair Bolsonaro, por exemplo, poderia afundar e dividir o País ainda
mais em um conflito politico e jurídico interminável, haja vista que muito do
que se promete, necessita de respaldo constitucional. Esses impasses tiraria o
foco do que realmente interessa ao país! Medidas extremas, atrairia a atenção e
desconfiança da comunidade internacional com consequências imprevisíveis.
Correríamos o risco de ter um governo política e juridicamente inviável,
podendo descambar para o uso da força como justificativa para manter a ordem,
apoiado por uns, enquanto criminaliza e reprime atos de seus opositores. O
Brasil precisa realmente disso? O Brasil já não passou por isso? Pensar não dá
trabalho! Pensem!
Autor:
Autenir Rodrigues de Lima
Assistente
de Planejamento e Controle. Jateí/MS.
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